Desvio de Septo

O que é o desvio de septo nasal?

Dentro do nariz, há uma parede fina (formada por osso e cartilagem) chamada septo nasal, responsável por dividir as duas narinas e permitir que o ar circule de maneira equilibrada.
Quando essa parede está torta, desviada ou deslocada para um dos lados, o fluxo de ar diminui, e surgem sintomas como obstrução nasal, roncos e respiração bucal.

O desvio pode estar presente desde o nascimento (por alterações do crescimento facial) ou surgir após traumas, quedas, esportes ou fraturas nasais. Em graus leves, pode passar despercebido; mas quando o desvio é acentuado, o impacto na respiração e na qualidade do sono é significativo.

Causas do desvio de septo?

As principais causas do desvio de septo incluem:

• Alterações congênitas, quando o septo já nasce torto;
• Traumas durante o parto, esportes ou acidentes;
• Crescimento assimétrico da face na adolescência;
• Infecções e inflamações repetidas, que afetam a estrutura nasal;
• Rinite crônica e hipertrofia dos cornetos, que agravam a obstrução;
• Cirurgias nasais prévias ou desvio adquirido ao longo da vida.

Em crianças, o desvio pode gerar respiração pela boca, sono agitado, dificuldade na fala e até alterações no crescimento facial.

Sintomas de desvio de septo

Nem todo desvio causa sintomas, mas, quando o faz, o desconforto costuma ser constante.
Os sinais mais frequentes são:

• Nariz entupido, principalmente de um lado;
• Dificuldade para respirar durante o exercício ou ao deitar;
• Roncos e sono leve;
• Dor de cabeça ou pressão facial;
• Sangramentos nasais ocasionais;
• Secreção constante ou sinusites de repetição;
• Fadiga e irritabilidade por dormir mal;
• Redução do olfato e voz anasalada.

Quando esses sintomas se tornam frequentes, é importante procurar um otorrinolaringologista — o diagnóstico é simples e pode transformar a qualidade da respiração.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é feito durante a consulta, com avaliação das narinas e do septo por meio de endoscopia nasal (ou rinoscopia). Esse exame é rápido, indolor e permite visualizar o interior do nariz com precisão.
Para casos mais complexos, pode ser solicitada uma tomografia dos seios da face, que mostra o grau de desvio e outras alterações associadas, como sinusite ou pólipos.

O médico também investiga o histórico de traumas, infecções, alergias e qualidade do sono, fatores que ajudam a definir o melhor tratamento.

Graus de desvio de septo

O desvio é classificado conforme o quanto ele interfere na passagem de ar:

• Leve (grau I): pequeno desvio, geralmente assintomático.
• Moderado (grau II): causa obstrução parcial e sintomas ocasionais.
• Grave (grau III): reduz significativamente o fluxo de ar, afetando respiração, sono e bem-estar.

A avaliação do grau é essencial para decidir entre tratamento clínico e cirúrgico.

Tratamento do desvio de septo

O tratamento visa melhorar a respiração e reduzir os sintomas. Pode ser clínico, em casos leves, ou cirúrgico, quando há obstrução significativa.

Tratamento clínico

Inclui:

• Lavagem nasal com soro fisiológico;
• Corticoides tópicos ou antialérgicos, sob prescrição;
• Controle de rinite ou sinusite associadas;
• Evitar fatores irritantes, como poeira e fumaça.

Essas medidas ajudam a aliviar sintomas, mas não corrigem o desvio estrutural.

Tratamento cirúrgico – Septoplastia

Nos casos moderados ou graves, o tratamento definitivo é a septoplastia — cirurgia que reconstrói e reposiciona o septo no centro do nariz.
É realizada sob anestesia local ou geral, sem cortes externos, e dura cerca de 1 a 2 horas.

O objetivo não é mudar a estética do nariz, e sim restabelecer a função respiratória.
O paciente costuma voltar às atividades leves em poucos dias, com melhora perceptível já nas primeiras semanas.